História

Crise Mundial

As turbulências no Brasil e no mundo perduraram e, no ano seguinte, 1942, a ACIJA recebeu uma  solicitação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que atendia a um apelo do Comando Militar Brasileiro. Em 24 de setembro, as Indústrias Tonani colocaram suas operações à disposição do Governo Federal, com o objetivo de contribuir com a defesa da pátria.

No mesmo ano, em 15 de dezembro, em meio a um momento conturbado pelo qual passava o país, Armando Lerro foi eleito presidente da ACIJA. Nesse período, a II Grande Guerra gerava apreensão mundial. No Brasil, havia limitações no horário de funcionamento de bares e cinemas, além de monitoramento de reuniões.

A ACIJA também passou por um período desafiador, devido ao clima de tensão entre a população. Em 5 de março de 1943, o Delegado de Polícia solicitou a ajuda da Associação para divulgar as regras do racionamento de querosene, combustível de uso importante na época, que passaria a ser controlado pelas autoridades. O produto passava a ser racionado e disponibilizado por uma cota mensal.

Fim da guerra

Em 1944, a guerra chegava ao fim, mas ainda havia limites no uso de produtos essenciais, como açúcar e gasolina. O comércio sentia os reflexos negativos do conflito, e a Associação passava por uma transição. Nesse ano, a presidência foi assumida por Eurico Cabral de Oliveira, proprietário da Casa Nova, empresa de artigos secos e molhados, instalada à Av. Pintos. Oliveira também tinha o papel de pesquisar indicadores sobre o consumo de produtos na cidade, visto que era também presidente da Comissão de Tabelamento de Preços do Município, uma função relevante diante de períodos tão atípicos.

No mesmo período, a ACIJA manteve-se atuante nos eventos que homenagearam os “Pracinhas”, soldados que fizeram parte da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e lutaram na guerra, na Campanha dos Aliados. A Associação, inclusive, organizou uma missa campal para comemorar o fim de um tempo tortuoso que marcou a história do mundo.

Esta iniciativa foi um dos exemplos que mostraram a participação da ACIJA em momentos importantes da sociedade, assim como a presença de figuras relevantes para o município como membros de sua diretoria. Depois da crise mundial deflagrada pela guerra, em 1946, o industrial e comerciante Bruno Verardino assumiu a liderança da entidade, propondo estabilidade e um novo ânimo para os comerciantes.

ACIJA mantém defesa da sociedade

De 1949 a 1951, Edmur Cabral de Oliveira, irmão de Eurico Cabral de Oliveira, assumiu a presidência da ACIJA e, em seguida, foi indicado pelo setor de Comércio como vereador. Essa foi  mais uma manifestação de reconhecimento, pelos setores produtivos, dos líderes que atuavam na entidade. Em 1952, Armando Lerro foi eleito, tendo Alberto Tralli como vice-presidente. Em 1954, Tralli assumiu a presidência, e, em 1956, foi a vez do Dr. Antônio Arrôbas Martins liderar a ACIJA.
Foi em 1955 que a entidade teve a mudança de sua sede social para a Av. General Osório, nº 15, após o prédio que ocupava ser vendido.
Apesar dos desafios enfrentados ao longo dos anos, a ACIJA sempre se manteve firme em sua missão de representar os interesses das empresas locais e contribuir para o crescimento econômico da cidade.

Nova estrutura

Em 1962, a Associação elegeu Guerino Capalbo como presidente, que promoveu a mudança da sede social para um prédio mais confortável, à Av. 13 de Maio, de propriedade de Oswaldo Costa César. A ACIJA foi instalada no andar superior, com a Sapataria Modelo ocupando o andar térreo. As conversas para a mudança de prédio haviam começado em 1961, quando Armando Lerro, Guerino Capalbo e Alberto Tralli haviam feito uma visita a Osvaldo Costa César para propor a locação do imóvel.
No mesmo ano, houve ainda um embate contra o aumento de tributos para os estabelecimentos da área comercial. Com a necessidade de organização da classe, o quadro associativo cresceu, e até mesmo um protesto foi organizado pelos empresários, com o fechamento das lojas por três dias.

Prestação de Serviços

Em 1966, quando Clóvis Roberto Capalbo tornou-se presidente, houve a criação do Serviço de Proteção ao Crédito, SPC, iniciativa que acabou sendo homologada em 26 de julho.

Outro aspecto positivo, considerado responsável pelo aumento do número de sócios da ACIJA e frequentadores dos encontros, foi a introdução das reuniões em formato de jantar, no Restaurante do Clube Jaboticabal, com média de 50 a 60 participantes.

Em junho de 1966, uma outra atuação relevante: Jaboticabal enfrentava dificuldades para receber sinais de televisão, e a ACIJA ajudou a solucionar o problema, contratando um técnico para instalar o equipamento necessário no alto de um edifício. A iniciativa atendeu, mais uma vez, a uma demanda importante da sociedade da época.

Em 1967, foi eleito presidente da ACIJA o Sr. Nilo de Stéfani, que dirigiu a entidade nos anos de 1968, 1969 e 1971.

Nos anos seguintes, a ACIJA continuou crescendo e se fortalecendo como uma entidade representativa dos interesses do Comércio, da Indústria de Jaboticabal e da Agricultura, com ações e projetos que visavam o desenvolvimento da cidade como um todo.

Conquistas Importantes

1970

 Em 1970, o presidente Nilo de Stéfani anunciou a aprovação da instalação do Clube dos Lojistas de Jaboticabal, com apoio do Comendador José Bustamante, delegado industrial do Comércio Lojista do Estado de São Paulo. No dia 6 de abril, foi anunciada a instalação da nova entidade, em reunião ordinária, na sede da ACIJA, oportunidade em que estava presente o prefeito municipal Ângelo Berchieri. Em 27 de abril, a primeira diretoria do Clube de Diretores Lojistas tomou posse, em uma Assembleia Geral, no restaurante do Clube Jaboticabal. O evento contou com personalidades do Comércio de São Paulo e Ribeirão Preto.

Em 1978, na gestão de Oswaldo Martins Cruz, a ACIJA foi instalada em sede própria, à Rua São Sebastião, local onde era a antiga residência do médico Euclides da Silveira Campos. O prédio havia sido construído em meados de 1950, mantendo-se até hoje como o local da entidade. A gestão de Oswaldo Martins Cruz teve a duração de dez anos, de 1972 a 1982.

1980

Já em 1984, a presidência foi ocupada por Edson Gaglianone, quando houve a instalação do Distrito Industrial Bruno Verardino, pelo Governo Municipal. O distrito ocupou uma área de 28 hectares, nas proximidades do trevo da Rodovia Faria Lima, e a iniciativa contou com o apoio da Associação.

Em 1987, tendo como seu presidente José Sylvio Vantini, a ACIJA enviou um ofício ao Conselho Nacional do Petróleo, manifestando apoio ao projeto em andamento para a implantação do Auto Posto Pacífico LTDA., posto de serviços e revenda de combustíveis, à Av. Carlos Berchieri, cruzamento com a Rua Dr. Braguinha.

Em 1989, na gestão de Luiz Brunini Fontes, houve a compra de um terreno no centro da cidade para a construção da sede da CDL.

1990

De 1991 a 1994, na gestão de Celso Aparecido Cassiano, foi implementado o Corpo de Bombeiros de Jaboticabal. A Prefeitura Municipal viabilizou a mão de obra, e a ACIJA arrecadou, junto com a Câmara de Dirigentes Lojistas, os recursos financeiros necessários para a construção e instalação.

No mesmo período, houve diversas ações em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, sendo uma delas o início da implementação da Incubadora de Empresas, visando fomentar o empreendedorismo e o desenvolvimento de novos negócios.

Em 1997, na gestão de Sérgio Santi, a entidade integrou o 2º Congresso das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, com o tema “Novas Realidades – Novos Desafios”, e também participou do Fórum das Reformas, em São Paulo, organizado pelo Governo Federal. O principal objetivo era promover reformas econômicas e políticas no país. A gestão de Sérgio Santi deu-se no período de 1997 a 1999.

2000

Na gestão de José Carlos Artoni, em 2001, houve a implementação do Seguro Saúde Unimed para os associados. Inicialmente sob a responsabilidade da Unimed Jaboticabal, a administração do serviço passou para a ACIJA em 2010, na gestão de Antônio Carlos Ferraro.

Em 2002, Benvindo Gonçalo da Silva assumiu a presidência da Associação, alcançando resultados positivos com a construção da sede da CDL e a reforma da ACIJA.

De 2002 a 2006, na gestão de Gonçalo, foi realizado o convênio com o Banco do Brasil, uma cooperação técnica e financeira para o financiamento de equipamentos, insumos e serviços aos associados da ACIJA. À época, a Associação recebeu a medalha “Ayres de Campos”, em comemoração aos 100 anos do Jornal “O Combate”. A honraria foi concedida pela Câmara Municipal de Jaboticabal, por meio do Decreto Legislativo n° 284, de 17 de fevereiro de 2002.

Em 2008, na gestão de Antônio Carlos Ferraro, a Associação mudou sua denominação, com a inclusão do Setor de Agronegócio, passando para Associação Comercial, Industrial e Agronegócios de Jaboticabal. A sigla passou de ACIJA para ACIAJA. Com a mudança, foi feito convite ao Dr. José Tadeu de Faria, vice-prefeito e diretor da Divisão Técnica do Ministério da Agricultura no Estado de São Paulo, para assumir o novo setor.

Em 2008, mais uma importante conquista com a contribuição da entidade: a criação da Faculdade de Tecnologia – Fatec Nilo de Stéfani, que passaria a atender estudantes de Jaboticabal e toda a região com cursos relevantes e focados na realidade local, como: Biocombustíveis, Gestão Ambiental, Gestão Empresarial e Marketing.

2011

 Nos anos de 2011 a 2015, a entidade foi presidida pelo empresário Humberto Montans Bellodi, período em houve a implementação do IPJAB, Instituto de Pesquisas de Jaboticabal, com a promoção de ferramentas essenciais aos empresários e poder público para a tomada de decisão, com pesquisas de opinião, de satisfação, de mercado e personalizadas. O instituto é vinculado à ACIAJA e tem seus trabalhos coordenados por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp de Jaboticabal, com apoio da iniciativa privada.

Em 2017, na gestão de Arthur Guzzo Dória, a ACIAJA estabeleceu novas parcerias para impulsionar os negócios dos associados com novos serviços. Entre os parceiros, o CIEE, Centro de Integração Empresa-Escola, a Uniodonto e a Serasa – Check Express.

Em 2019, Maurício Palazzo Barbosa assumiu a presidência da ACIAJA, para o mandato de 2019 a 2024. No início da gestão, a ACIAJA anunciou uma nova parceria com o CIEE, transferindo o local de atendimento para o prédio da Associação, facilitando a aproximação entre os estagiários e as empresas associadas.

No dia 30 de outubro de 2019, a ACIAJA prestou uma importante homenagem aos historiadores Antônio Pascoal André, Zina C. Bellodi, Luiz Carlos Beduschi e Dorival Martins de Andrade, durante o evento “Valores da Nossa História”, pelo trabalho de preservação da memória de Jaboticabal. Eles foram autores de “Personagens da História de Jaboticabal”, material publicado em fascículos sobre membros de destaque de nossa sociedade, que exigiu enorme dedicação e foi reconhecido por pesquisadores e escritores ilustres. Entre eles, Ignácio de Loyola Brandão, membro da Academia Brasileira de Letras, que elogiou os fascículos em dois momentos, sendo um deles em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo.

2020

No dia 12 de março de 2020, a ACIAJA comemorou novas parcerias para os associados. Na área de alimentação, a francesa Sodexo apresentou diversas oportunidades para as empresas; a Unitas Seguros apresentou os seguros Sul América e Bradesco Saúde; e a Unimed e a Uniodonto passaram a oferecer condições especiais de adesão aos planos.

Ao longo de 2020, durante o período da pandemia de Covid-19, a ACIAJA promoveu ações e campanhas de prevenção e cuidados para reduzir a contaminação, além de adaptações em seu atendimento, como distanciamento social, uso de álcool em gel e de máscaras em suas dependências.

Os associados buscaram alternativas para garantir as operações, como vendas por redes sociais e telemarketing, além de ajustes no funcionamento das empresas, com o objetivo de promover a prevenção e, ao mesmo tempo, manter as atividades econômicas e os empregos.

Os meses de janeiro e fevereiro de 2021 foram marcados por mobilização do setor do agronegócio junto a outros segmentos produtivos. No dia 7 de janeiro, associações e cooperativas, principalmente de produção agrícola, realizaram o “Tratoraço” contra o reajuste na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, ICMS. Em Jaboticabal, a iniciativa foi organizada pelo Sindicato Rural de Jaboticabal; Coplana; Socicana; Sicoob Coopecredi; ACIAJA e CDL.

No dia 20 de maio de 2021, o setor produtivo discutiu A “Vida útil do Aterro Sanitário e o futuro da destinação dos resíduos sólidos urbanos e da construção civil em Jaboticabal”, no primeiro workshop sobre o tema. A iniciativa foi promovida pela ACIAJA, Feja, Ordem dos Advogados do Brasil (6ª Subseção de Jaboticabal) e Associação Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Jaboticabal, AREA. O debate contou com o apoio institucional da Prefeitura e Câmara Municipal.

Em dezembro de 2021, a sede da Associação foi reinaugurada, após uma importante reforma do prédio construído em meados da década de 1950. A obra promoveu a restauração da fachada, preservando as características originais e modernizando as instalações internas.

2023

Em 2023, a ACIAJA apoiou ativamente programas de incentivo à contratação de mão de obra na cidade, como exemplo, a divulgação e a reunião de lançamento do serviço Área Azul do município. A Associação também fez a recepção de currículos de candidatos.

No dia 17 de maio, a ACIAJA promoveu a entrega da Certificação em Responsabilidade Social “Empresa Amiga”, projeto que tem o objetivo de promover a empregabilidade dos jovens do Tiro de Guerra, em uma parceria entre a Associação, CDL, Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista), Sindicato Rural e Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo.

Líderes

Ao longo dos anos, importantes personalidades de inestimável contribuição ao desenvolvimento de Jaboticabal assumiram a liderança da Associação:

• 31/01/1932 – Pedro Smith (Presidente Fundador)
• 1933, 1935, 1936 a 1939 – João L. Fraguas
• 1934 – Lourenço Zaccaro
• 1937 a 1938 – Salvador Bruno
• 1940 a 1943 e 1952 a 1953 – Armando Lerro
• 1944 a 1945 – Eurico C. Oliveira
• 1946 a 1948 – Bruno Verardino
• 1949 a 1951 – Edmur C. Oliveira
• 1954 a 1955 – Alberto Tralli
• 1956 – Dr. Antônio A. Martins
• 1961 a 1962 Guerino Capalbo
• 1963 – Decio M. Libanor
• 1964 – Luis A. Bertocco
• 1965 – Ênio Poli
• 1966 – Clovis R. Capalbo
• 1967 a 1969 – Nilo De Stéfani;
• 1970 – Ovilson Carnio;
• 1971 – Nilo Stéfani;
• 1972 a 1982 – Oswaldo Martins Cruz;
• 1983 – Aparecido Augusto da Silva;
• 1984 a 1985 – Edson Gaglianone;
• 1986 a 1987 – José Sylvio Vantini;
• 1988 a 1990 – Luiz Gonzaga B. Fontes;
• 1991 a 1994 – Celso Aparecido Cassiano;
• 1995 a 1996 – Nésio Antonio Martucci;
• 1997 a 1999 – Sérgio Santi
• 2000 e 2001 – José Carlos Artoni;
• 2002 a 2006 – Benvindo Gonçalo da Silva;
• 2007 a 2010 – Antônio Carlos Ferraro;
• 2011 a 2015 – Humberto Montans Bellodi;
• 2016 a 2018 – Arthur Dória Guzzo;
• 2019 a 2024 – Maurício Palazzo Barbosa (atual gestão).

Fontes e contribuições: recortes, documentos e relatos de Clóvis Roberto Capalbo;  depoimentos de ex-presidentes – Celso Aparecido Cassiano, Arthur Dória Guzzo (relatório de gestão), Humberto Montans Bellodi, Benvindo Gonçalo da Silva; arquivos, atas, informativos, Jornal ACIAJA, repostagens ACIAJA e site CDL.

Preservar a história para criar o futuro

Para a ACIAJA, crescimento e desenvolvimento são precedidos por uma atuação focada em ações sustentáveis e no apoio ao setor produtivo por meio da capacitação e serviços conectados com as necessidades atuais.

Ao mesmo tempo, lembrar da história e dos desafios enfrentados ao longo dos anos fortalece cada uma de nossas realizações. Unimos a experiência de nossos antecessores à uma visão voltada para o futuro, visando a superação de desafios e a identificação de novas oportunidades.

Trabalhamos em alinhamento com os valores que norteiam nossas iniciativas e contribuem para avanços permanentes: o diálogo, a ética, a equidade, a sustentabilidade, o respeito à diversidade e a inovação.